Ia responder ao comentário do Sonhos Milka ao post anterior mas reparei que o texto estava a ficar demasiado extenso, por isso decidi transformá-lo em post.
Concordo totalmente contigo. O país está neste estado e a culpa não pode ser apenas de uma pessoa. Não gosto do Sócrates, não gostei de muitas medidas ao longo de 6 anos de governo, mas não acho que tudo o que nos trouxe a esta situação seja culpa dele. A culpa toca um pouco a cada um!
Onde andam os subsídios da UE que entraram no país nos anos 80 e 90 para incentivo à agricultura? Estão nas vivendas, nos Mercedes e afins dos senhores que receberam subsídios (em tudo menos nas maçãs, cereais, tomates, etc). E como estes houve certamente outros "desvios".
Hoje li no jornal que vamos ter que aumentar a importação de cereais... faz-me confusão tendo em conta a quantidade de terra que temos.
Li também que estes dias os funcionários das empresas de transportes públicos estiveram em greve. Pergunto-me, sendo estas empresas públicas e uma vez que o governo pediu demissão, contra quem é que estão a protestar? Li que estavam aborrecidos devido ao congelamento dos salários. Partindo do princípio que os cortes estavam a ter efeito em salários a cima de 1500€, só posso sentir pena por estes trabalhadores. Coitadinhos porque vão receber pouco mais de 1500€ (alguns mais, quem sabe) e por causa da sua greve fazem faltar ao trabalho muitos dos que ganham 500€ ou menos e contribuem ainda mais para a pouca produtividade do país. :(
Tinha lido há uns dias que uns trabalhadores de uma empresa de transportes em Aveiro também fizeram greve porque estavam a ser pagos ao dia 25 de cada mês em vez do dia 20, que era o que havia sido combinado nos contractos. Quando comecei a ler a notícia pensei que fosse mais uns que infelizmente tinham os ordenados em atraso... nada disso. Se se dão ao luxo de fazer greve é porque têm um emprego, o que dada a situação actual já não me parece nada mal. Se não têm ordenados em atraso e recebem antes do mês acabar, parece-me ainda melhor. Afinal queixam-se do quê?
Em relação à vida aqui na Suíça, temos que ser realistas, não é perfeita, tem as suas falhas, mas funciona melhor do que em Portugal. O custo de vida é elevado, mas as pessoas têm bons salários que suportam o custo de vida. Os serviços públicos funcionam de forma exemplar, não precisei de ir para uma fila às 4h da manhã para tentar arranjar uma senha nos serviços equivalentes ao SEF. Os transportes públicos funcionam bem e quando tratei do passe deram-mo na hora, não houve cá espera de 10 dias úteis, ou 5 dias mediante o pagamento de uma taxa, ou 2 dias mediante o pagamento de uma super taxa... e não me parece que os cartões Lisboa Viva sejam assim tão mais elaborados.
Também me disseram que há um limite para o valor das reformas, 1700€ (acho). O que para mim faz todo o sentido, se uma pessoa teve um bom salário ao longo da sua vida deverá conseguir sobreviver a ganhar 1700€ de reforma porque com certeza deverá ter adquirido bens e poupado o suficiente. Se os portugueses fazem milagres com 200€, imagina se ganhassem 1700€...
p.s.: E depois há situações destas
http://economia.publico.pt/Noticia/vara-recebeu-822192-euros-do-bcp-em-2010_1486832
p.s.: E depois há situações destas
http://economia.publico.pt/Noticia/vara-recebeu-822192-euros-do-bcp-em-2010_1486832
2 comentários:
Na Suíça temos 3 pilares.
O primeiro é a previdência do Estado (o valor que referiste na tua mensagem). Podemos pedir a reforma antecipada aos 60 anos no entanto e logicamente somos penalizados no valor total.
O segundo é a previdência profissional igualmente conhecido por LPP, onde todos os anos vai acumulando numa espécie de fundo. Na idade da reforma, o trabalhador estrangeiro pode escolher levantar o seu fundo como forma de complementar o 1º pilar.
O terceiro pilar é uma previdência privada, similar aos PPRs em Portugal. Pode-se descontar para este pilar até ao valor máximo de 6682 CHF por ano a taxas entre 2 a 2.5% e ainda dá benefícios fiscais e na compra de uma casa.
Até ao momento tenho apreciado a transparência nestes assuntos da reforma na Suíça.
Há umas semanas pedir o acesso Segurança Social directo em Portugal e fiquei chocado com os valores que descontei para Portugal e saber que o mais certo é não ter direito, nem eu estar à espera, de qualquer compensação do Estado Português.
Se me permitem uma pequena transcricao do meu livro de cabeceira favorito neste momento:
"Sheer population size has rendered the scale of suffering unprecedented. Perpetual famine has emerged during an era of abundant and relatively inexpensive soil, water and energy resources, improving crop yields, and a benign climate. However, the twentieth century trends of resource degradation, diminishing growth in crop yields and a warming atmosphere will likely continue, latently and perhaps synergistically impacting agricultural production, and therefore, threatening food security in the twenty-first century. Assuming some proportional relationship between food security and these resources, famine is here projected to greatly increase in the coming decades, severely impacting billions of people."
in Population crash: prospects for famine in the twenty-first century
Carleton Schade and David Pimentel
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