23 de fevereiro de 2011

Cromos do mundo venham a mim III

No lab à hora de almoço:

Estava eu no computador com um colega (um dos simpáticos) a ver um video do youtube (não interessa nada ao caso, mas era de um comediante americano que ele me tinha falado). Como era para ouvirmos os dois e sem legendas, tirei os fones e aumentei o volume nas colunas do portátil.

O que é que o estúpido do meu colega (interveniente nos episódios aqui e aqui) foi fazer?

Incomodado com o barulho, não tem mais nada, em vez de agir como um ser humano e pedir para baixarmos o volume (é estúpido mas tem todo o direito) liga as colunas que tem na secretária no máximo e põe uma espécie de música (algo tipo heavy metal, mas muito heavy mesmo porque só se ouviam grunhidos).

Ficamos naquela... "será por nossa causa?..."Hmm... é melhor desligar"

Desligamos o video e o cromo logo de seguida desligou a música.

E eu pergunto: Isto lá é atitude de uma pessoa normal?
Cada vez mais me convenço que ele é meio primitivo, até solta uns grunhidos quando está a trabalhar à secretária.

O mais irónico é que ele tem o hábito de pôr a sua musiquinha (Heavy metal de mau gosto) bem alta enquanto estamos a trabalhar (questiono-me se sabe o que são fones). Tão alto que eu com os meus fones nos ouvidos e o volume relativamente alto consigo ouvir. É oficial: Odeio-o!

21 de fevereiro de 2011

E é por causa disto...

... que me ando a rir sozinha no metro. Se os suíços ainda tinham dúvidas da minha sanidade mental, agora acabaram com elas!
Não sou da era de todos os cromos, mas tive a presença de alguns deles na minha infância o que me faz identificar com alguns dos textos. Ainda vou no início, mas gosto especialmente daquele sobre as pastilhas Gorila, eu era daquelas que ia acrescentando pastilhas na boca quando elas perdiam o sabor até formar uma gosma de tal dimensão que me para mastigar tinha que fazer um esforço dantesco com os maxilares.

Tinha o hábito de ouvir a rubrica no carro pela manhã, agora, sempre que posso ouço-os via net. Já começa a ser comum a minha colega do lado ouvir-me a produzir pequenos ruídos enquanto tento conter o riso. (depois do episódio do outro dia posso fazer o que quiser que já não limpo a minha imagem)

A propósito do cromo de hoje, sobre a Bonnie Tayler, tenho a confessar que ainda hoje sei as letras de algumas músicas. (a culpa é do senhor meu pai que tinha lá por casa o LP "Faster Than the Speed of Night" que trazia impressas as letras das músicas)

Visita da famelga :)

Este fim de semana houve visita da família, os pais e os manos puseram-se a caminho para vir conhecer o país do chocolate.
À semelhança dos reis magos trouxeram presentes...


... a acrescentar: bacalhau, chouriço e Vinho do Porto (que estão para mim como ouro, incenso e mirra estão para os reis magos)

15 de fevereiro de 2011

Cromos do mundo venham a mim II

O que é preciso para pôr um laboratório em pânico e ser quase recambiada para casa?
Simples, arranjar um colega que é um perfeito anormal!

Andava eu na minha vidinha de rato de laboratório (mais uma vez a fazer HPLC) quando no regresso do almoço reparo que o recipiente colector do lixo do equipamento estava a transbordar para o chão (foda-se! pensei eu). Atirei uns papeis para o chão para ensopar e fui a correr pedir a um colega um bidon para trocar porque não sei onde estão. O que é que eu fui fazer... o colega deu-me o bidon para eu trocar e basicamente entrou em pânico!
Em menos de um minuto ele já tinha enviado um e-mail geral (com conhecimento para o chefe que só por acaso trabalha dois andares a baixo - tão querido que ele é, não fosse o liquido atravessar os dois andares) a avisar que tinha ocorrido um derrame e impresso uns avisos que colou na porta a dizer "Proibido entrar! Derrame - Atmosfera perigosa!"

Eu: Pode-se abrir a janela para evaporar mais depressa?
Ele: Sim, mas quem é que vai lá? Ninguém pode entrar é muito perigoso.
Eu: Mas é... (ele já tinha virado costas)

Ele foi em busca de outra colega e começou com a conversa "É melhor chamar uma brigada de segurança para vir cá limpar isto. Se bem que vamos ter que fazer um relatório detalhado do incidente e falar com o chefe. É uma chatice, vamos ter problemas com a instituição, ficamos conotados negativamente". Ao ouvir isto eu já me estava a passar "Mas vão chamar uma brigada por isto? Não é assim tão grave...." Entretanto eles já tinham decidido telefonar e estavam em grande conversa a especular que solventes estariam no bidon e em que concentrações. Escusado será dizer que se eu estava a trabalhar com o equipamento, sei as concentrações que estava a usar. perguntar-me seria a coisa mais simples, mas não, o desafio é maior se tentarem adivinhar! Demorou, mas lá se aperceberam que eu estava mesmo ali à mão e sabia exactamente o que estava a usar. Insisti novamente, que não era assim tão grave, que o solvente era maioritariamente água e que os compostos que seriam nocivos já teriam evaporado por estarem em concentrações muito pequenas (<0.1%). Disse que tinha que entrar na sala para desligar o equipamento que estava a usar, se aquilo ficasse sem solventes e avariasse, era recambiada na hora para Portugal, nem sequer me deixavam vir a a casa buscar a mala. A resposta foi "Podes ir lá dentro mas por tua conta e risco!" Será que ia ficar por aqui?
Não, o meu colega estava totalmente determinado a chamar os senhores da segurança e assim fez! (deve ser daqueles que quando era miúdo gostava de activar os detectores de incêndio para ver os bombeiro, só pode)
Passados uns minutos apareceu um senhor, pouco tempo depois mais uns senhores (e eu a pensar"onde é que isto vai parar?") Eis que me aparece um segurança a dizer que tínhamos que evacuar o piso porque tinha havido um derrame e era perigoso permanecermos ali. (WTF! Mas não era nada de especial, aquilo é maioritariamente água e o outro solvente nem é tão perigoso assim). Um outro colega (com bom senso) disse ao segurança que aquilo não era assim tão grave, ao que o segurança respondeu "Não é essa a informação que eu tenho. Segundo a informação que me deram trata-se de uma substância inflamável, nociva e altamente explosiva" (WTF ao quadrado!! Passaram-se da cabeça!) Quem é que transmitiu a informação ao segurança, quem foi? O colega que panicou no início.
Claro, que depois ficou tudo em alvoroço cá fora à espera, uns a pensar que era algo gravíssimo, outros chateados porque tinham experiências a correr e outros na descontra que aproveitaram o tempo para ir tomar café.
No final o colega fez questão de enviar um novo e-mail geral a dizer que era seguro regressar ao laboratório e à sala e que o senhor "de amarelo" já tinha removido o agente derramado.

A sério!!! Mas quantas vezes tenho que dizer que o "agente derramado" era principalmente água, que a parte nociva já teria evaporado por se encontrar em quantidades ínfimas e que o outro solvente não é assim tão mau?

Inundation freaks!!!

p.s.: O coleguinha anormal que causou o pânico foi o mesmo do outro dia.

13 de fevereiro de 2011

Aventuras nos Alpes Suíços II

Acabei de chegar de um fim de semana de ski nos Alpes Suíços. Estou de rastos mas tive um dos melhores fins de semana desde que estou na Suíça. :)
Depois conto mais pormenores

9 de fevereiro de 2011

Tuguices

Saí de casa para ir fazer patinagem no gelo mas...

... acabei num café tuga a ver a bola e a beber Super Bock. :D


p.s.: Só foi pena o resultado.

8 de fevereiro de 2011

Cromos do mundo venham a mim

Acho que o meu íman de cromos está em actividade constante nos últimos dias ou então sou eu que ando com o sentido apurado.

No lab a falar com um colega (não é o mesmo de ontem)...

Eu: Can I ask you a favor?
Colega: Why?
Eu: Hum... ( ???)

Ele até podia ter dito que não, mas... "Why?"
Que raio, se lhe fui pedir ajuda foi porque precisava!

7 de fevereiro de 2011

Are you talking to me?

No lab...

Eu: ... results blá blá blá (estava a mostrar uns resultados a um colega)
Colega: O que é isto? O que é aquilo?
(...)
Eu: Então vou começar a fazer isto e aquilo, e mais isto. O que achas?
Colega: Are you talking to me?
Eu: (com ar de WTF?) Hum... sim! (vontade de responder "Claro que não, estou a falar sozinha! Nós portugueses temos a mania de falarmos sozinhos especialmente numa sala cheia de gente")

Em simultâneo veio-me isto à memória, que me fez esboçar um sorriso.

Aventuras nos Alpes Suíços - As fotos









4 de fevereiro de 2011

He's Just Not That Into You

Depois de passar um mês inteiro a testar protocolos optimizar condições e a ler um sem fim de artigos científicos, esta semana finalmente consegui que uma reacção funcionasse. Yupi!
O resultado advém do meu esforço mas principalmente da ajuda valiosa de um colega mais habituado a estas quimico-coisas, que teve a amabilidade de me ajudar e explicar tudo direitinho.
Tendo em conta que é a primeira coisa que funciona em 3 meses de trabalho, fiquei em êxtase. É apenas um pequeno pormenor, mas que me vai permitir progredir com o trabalho daqui para a frente (ou pelo menos assim o espero).

Andava eu feliz da vida no meu mundinho, quando um colega (outro) numa conversa me diz descaradamente que o chefe não quer saber de mim ou do meu projecto. Ele não liga ao trabalho de pessoas a quem ele paga, que dirá em relação a mim que nem sou paga por ele.
No fundo isto não é assim nada que eu já não tivesse pensado, tendo em conta que ando meio por conta própria, ninguém se preocupa realmente com o que ando a fazer, e que só falei com o chefe no dia em que cheguei. Mas ouvir alguém expressa-lo verbalmente com todas as letras, caiu-me em cima como um balde de água fria!
Whats wrong with you people?

Está bem que não me pagam o ordenado, mas podiam aproveitar que cá estou e ter algum proveito, não? Sempre estou a consumir recursos ao grupo. O projecto não é espectacular, não me dá um artigo na Science ou na Nature, mas até é interessante.
Não percebo esta gente. Afinal qual é a vantagem de aceitar uma colaboração, quando depois não se tira partido dela?

Não fosse o facto de ter que publicar 5 artigos para ter a minha liberdade de volta e até andava bem neste "descontrolo". Começava a entrar tarde, sair cedo, tirar dias para ir passear sem dar contas a ninguém e, nos intervalos fazia ciência. Acho que me habituava a esta vida! O problema era o regresso à vida real, não posso simplesmente viver num conto de fadas e acordar daqui a 9 meses em pânico sem resultados nenhuns.

Agora o que faço? Como é que vou sair desta?

2 de fevereiro de 2011

Aventuras nos Alpes Suíços

Fim de semana em grande com serão de crepes no sábado e ski no domingo, pode dizer-se que foi um fim de semana completo e variado. :p

Para quem não sabe, eu nunca esquiei, fiz snowboard ou qualquer actividade na neve na vida. Foi a primeira vez a usar calças de ski, aquelas botas pesadíssimas e a passear no Alpes suíços.

Como os meus colegas são todos prós (os principiantes baldaram-se) foram todos para o cume da montanha para as pistas mais difíceis. Dei por mim sozinha com um par de esquis nas mãos numa montanha com neve e medo, muito medo. Rapidamente me apercebi que sozinha não iria conseguir fazer nada, as opções eram, andar a passear (leia-se acartar) com os esquis de um lado para outro o dia todo ou marcar uma aula com professor. Um colega havia dito que uma aula devia custar uns 30-40 francos por hora, o que tendo em conta o custo devida até não é muito caro. Peguei em mim, nos 10kg de botas e nos esquis e desci no teleférico para a escola de ski. Aqui vem um dos momentos cómicos do dia, quando a senhora da escola me diz o preço da aula.

- Senhora: 170 CHF
- Eu: O quê!?
- Senhora: 170 CHF
- Eu: (ar de parva e interrogativa) 170CHF? (ar de parva ainda maior)
- Senhora: (pega em papel e caneta e escreve o valor)

Aqui comecei a maldizer da minha vida, já tinha gasto um dinheirão nas calças de ski e nas luvas (que me vão ser bastante úteis quando voltar para Braga), no aluguer do equipamento, e agora pedem-me uma renda por uma aula! Como disse, as opções eram muito variadas e já que tinha investido tanto para chegar até ali, resolvi desembolsar os 170 francos.

Se valeram a pena? Hum... acho que sim!
Em duas horas não aprendi a esquiar, muito menos perdi o medo quando começo a ganhar velocidade, mas sempre aprendi o básico e diverti-me à grande. :) Acho que conseguem imaginar (momento cómico do dia):

- Eu: (No cimo da micro-montanha a rezar para o instrutor não me largar)
- Instrutor: Estás a ir muito bem! Trés bien!
- Eu: Acho que estou a ir muito depressa! Como é que se trava? Estou a andar cada vez mais depressa (a panicar).
- Instrutor: Está tudo bem!
- Eu: Estou a ir na direcção errada, não consigo ir a direito! Continuo a andar depressa! (a solução é atirar-me de rabo para o chão antes que choque contra alguém).
- Instrutor: O que estás a fazer no chão?
- Eu: Estava a ir muito depressa e não conseguia parar
- Instrutor: Não estavas a andar depressa, estavas a esquiar. O que é suposto! Certo?
- Eu: (A pensar, ele não me compreende, se eu digo que ia depressa demais é porque ia! Olho para o lado e vejo um miúdo a esquiar de chucha na boca. Sim, de chucha!)

Os miúdos começam a esquiar ainda antes de saberem andar, assim não vale!