29 de junho de 2011

Alongamentos em locais públicos

Fazer alongamentos na rua dá origem a diálogos surreais.

Estava eu sossegada da vida a fazer os meus alongamentos pós corrida e oiço alguém atrás de mim:
"Eh boa! Isso, alonga a direiiiiiiita... agora a esqueeeeerda..."
Acabo os alongamentos antes do previsto e acrescentam:
"É isso, é sempre a andar, é sempre a andar! Parar é morrer!"

Virei-me para trás com ar atónito e sobrancelha franzida e saiu-me algo do tipo "Menos, muito menos!"

Tanto tuga nesta cidade e os amigos ainda acham que podem fazer comentários em português à descarada porque os suíços não percebem?
Quer dizer...

26 de junho de 2011

25 de junho de 2011

À falta de S. João...

... comemora-se o Solstício de Verão como nos países nórdicos - o Midsommar (uma das vantagens de conviver com pessoas de vários cantos do mundo).

Aqui não é feriado, por isso depois do trabalho fomos até ao lago para fazer a festa. Levamos grelhadores, carne, cogumelos recheados com queijo (delicioso) entre outras coisas e bebidas, tudo o que é preciso para animar o pessoal.
Uma rapariga contou que tipo de tradições têm lugar na Finlândia, os finlandeses costumam sair das cidades e celebrar no campo com fogueiras ao ar livre, hoje em dia é um dia para celebrar entre amigos com muito álcool à mistura porque ainda está frio. Uma das tradições são uns feitiços/simpatias para encontrar a pessoa amada, como, nadar no lago ou andar a rebolar no chão, surpreendentemente todos envolvem nudez. :p Há um feitiço para os mais tímidos que implica colher 7 tipos de flores diferentes e colocar por baixo da almofada (como se faz com os dentes para a fada dos dentes), assim é garantido que se vai sonhar com o futuro marido/esposa. Há ainda a tradição de saltar o fumo da fogueira para aumentar a fertilidade. Basicamente estão todos relacionados com arranjar marido e ter filhos.

Depois de uma semana louca de trabalho, que passou tão depressa, soube muito bem este bocadinho para relaxar, rir e dizer parvoíces. Tive ainda a oportunidade de ouvir a Lenda dos Himalayas finlandeses e de provar leite com chocolate com Minttu, que é uma bebida de menta típica da Finlândia. Tão bom!! (é quase como comer/beber aftereight no estado líquido)


p.s.: Esqueci-me de dizer que para acender as brasas usámos artigos da Nature. Há que ser selectivo, uma revista de factor de impacto mais alto há-de originar brasas melhores. :p

18 de junho de 2011

Apelo


Aos economistas, gestores, senhores das marionetas que pertencem às agências de rating, enfim... senhores do dinheiro.

Agora que Portugal já tem governo, a Grécia vai receber uma batelada de dinheiro e a Senhora Merkl está ocupada com os pepinos, dá para porem o Euro a valorizar em relação ao Franco Suíço outra vez? Pleaseee!!!

Eu já estou habituada a receber menos do que as senhoras da limpeza lá da EPFL, tendo em conta que o salário mínimo daqui dá para as pessoas viverem e não apenas sobreviverem, mas fazendo as contas, de Novembro até agora já perdi 200chf no ordenado graças à desvalorização do Euro.
Vá lá!! Os suíços nem vão reparar na diferença quando forem de férias para outros países da zona euro, as coisas já são ridiculamente baratas quando comparadas com os preços daqui, já a mim 200 francos fazem uma diferença grande.

Façam lá as vossas magias e ponham o Euro lá em cima outra vez.

17 de junho de 2011

Depois das tiras de banda desenhada...

... chegou o filme!


Como eu me identifico com estes cartoons.
Acabei de assistir a uma palestra do Jorge Cham, o criador desta preciosidade aqui na EPFL e ainda me doem os abdominais de tanto rir. Pensado bem, talvez devesse chorar, mas... fica para depois.

Take home message: NEVER ask a PhD student "How is your research project going?"

Estamos entendidos?

16 de junho de 2011

snow girl

Esta tem tocado em modo repeat nos últimos dias

Se não fosse verdade até tinha piada

Num anúncio de emprego aqui

Pela incrível quantia de 500€ por mês, só pedem:
- Licenciatura em Química ou Farmácia;
- Experiência em análise físico-química de matérias-primas e materiais de embalagem (preferencial);
- Experiência em técnica de HPLC; (aquele bichinho onde passei noites a fio no laboratório)
- Experiência em ensaios de dissolução;
- Preferência por pessoas com experiência na Indústria Farmacêutica.


Coisa pouca!


Pedem para enviar o cv com a referência "Anal.Qual.". Apetece enviar mail com uns trocadilhos e palavras "bonitas" associadas à referência.


Vão mas é dar uma volta ao bilhar grande! Devia haver uma lei a proibir este tipo de anúncios.

back to Lausanne

De volta o lab e à pacata cidade de Lausanne depois de uns dias de stress, ansiedade e mais tarde, relax em Granada.
Os dias de conferência foram intensos com palestras da 8.30 às 20h (eu à espera que os espanhóis fosse virados para a fiesta, mas com horário tão apertado nem dava tempo).
Como a minha apresentação era só na quinta-feira andei os dias todos a stressar só de pensar que ia ter que falar na frente daquela gente toda, mas ainda me consegui abstrair (daí o episódio da fire girl na 3a feira).

A apresentação afinal não correu tão mal como eu temia, não desmaiei, perdi a voz, ou paniquei no momento de apresentar. Estava aterrorizada nos momentos antes, com o coração a sair da boca e irrequieta no lugar, ao ponto de o rapaz ao meu lado sem me conhecer, meter conversa e me acalmar. Depois não sei como, consegui apresentar sem ter um ataque de coração em frente ao microfone. A meio da apresentação deixei de sentir o que quer que fosse e lá fui debitando o trabalho que tanto tempo me consumiu. Passei tantas noites no HPLC, que uns minutos de atenção até parecem justos. No final, disseram-me que correu bem, que não se percebia que estava à beira de um ataque de nervos.
Reconheço que não correu mal, mas gostava que tivesse sido melhor. Fica para a próxima (que espero não seja tão cedo, que o meu coração é sensível).

Apesar da ansiedade foi óptimo rever os amigos e colegas do laboratório, falar português pelos cotovelos. :p
Para acabar em grande, no fim de semana o meu mais que tudo foi lá ter comigo e ainda tive direito a fim de semana romântico prolongado. :)

Agora é voltar à rotina e trabalhar muito para afastar uns abutres e mau olhado.

14 de junho de 2011

fire girl

Num bar

Colega: You're on fire
Eu: What? I'm not even drunk!
Colega: No, you're really on fire! Your hair is on fire!
Eu: WTF!! Pânico


p.s.: Na manhã seguinte senta-se na fila atrás da minha durante uma palestra e diz "Hi fire girl!"

6 de junho de 2011

A propósito das eleições

Uma colega colocou este vídeo no facebook, achei bastante apropriado e resolvi partilhar.


A fábula Mouseland (em português: "Ratolândia") foi inicialmente contada por Clarence Gillis e mais tarde popularizada em discurso por Tommy Douglas, político canadiano. A fábula expressava a visão de que o sistema político canadiano estava viciado, pois oferecia aos eleitores um falso dilema: a escolha de dois partidos, dos quais nenhum representava os interesses do povo.
Na fábula, os ratos (o povo canadiano) votavam nos gatos negros (Partido Progressivo Conservador) e depois de algum tempo descobriam o quão difícil suas vidas eram. Depois votavam nos gatos brancos (Partido Liberal) e assim ficavam alternando entre os dois partidos. 
Um dos ratos tem então a ideia de que os ratos deveriam formar seu próprio governo...
descrição do vídeo no Youtube

serviço de quartos

As coisas que existem neste hotel. :p


see you soon

Vou ali até Granada e já volto.



p.s.: Se não der notícias entretanto foi porque me deu a travadinha por causa da apresentação.

4 de junho de 2011

Hoje sonhei contigo

Na verdade, não tenho a certeza se foi hoje ou em algum destes dias de sonhos desinquietos.
Foi daquelas vezes em que acordei e não me lembrei do que sonhei, não me lembrei que sonhei contigo.
Estranhamente, durante o dia pensei em ti e naquele momento, dizias-me que tenho a letra bonita e eu de volta aos meus 16 anos ficava feliz e orgulhosa.
Dei por mim a pensar que as falas me eram familiares, mas a cena era diferente. Tivemos um momento parecido lá em casa. Lembro-me bem, dizias-me para ser eu a escrever as coisas porque gostavas da minha letra. "Tens uma letra bonita", dizias tu. Eu ficava tão vaidosa que nem me questionava se seria apenas por seres preguiçoso e não quereres escrever. Mas este momento foi diferente do que me lembrei durante a tarde, parecido sim, mas diferente. Por isso agora sei que sonhei contigo.
Continuo inconformada com o que aconteceu, ainda me questiono porquê. Passam-se os anos e a ferida que se abriu quando partiste não sarou, continuo com ódio de quem ficou cá e mentiu a contar a história. Não devia mas, continuo a desejar que ele tivesse morrido no teu lugar.
Acho que hoje não ias gostar da minha letra, pelo menos a do dia a dia, se vires o caderno que uso no laboratório, é uma gatafunhada pegada e não há letras redondinhas. Ainda tenho a mania das canetas de cores para títulos e sublinhados (na faculdade até canetas de cheiro arranjei para fazer os apontamentos para estudar para os exames) mas só quando tenho tempo e nos cadernos que são só meus.

Não sei se sonhei contigo porque ando a stressar com a apresentação, se por ser mais uma coisa importante para mim e não estás cá, se por estar quase a fazer anos que tudo aconteceu, se por ter falecido alguém recentemente e eu pensar demais nestas situações, ou mesmo facto de ter um colega que me faz lembrar de ti, ele tem patilhas grandes como usavas nas férias e até uma forma de falar parecida (ainda que em inglês)Seja qual for o motivo gostei de sonhar contigo.

Tenho saudades tuas, tio Eduardo!

2 de junho de 2011

A panicar...

...porque para a semana vou ter a minha primeira apresentação oral numa conferência.

Já disse que detesto apresentações, e se na altura tinha apenas um nervoso miudinho, agora sinto que vou ter um colapso.
Isto começa a apoderar-se de mim, já me descontrolou o sono, aumentou exponencialmente as minhas idas à casa de banho (mesmo que não beba uma gota de água) e deixa-me num sentimento constante de taquicardia.

Se estou a fazer os slides começo logo a sentir o coração a acelerar, se penso no que vou dizer ainda pior e se por breves instantes me visualizo diante de um monte de gente a falar aí pronto, acho que me vai sair o coração pela boca.

Como gostava de ter um pouco mais de lata e falar com segurança diante de uma plateia, ainda que estivesse a dizer a coisa mais pateta do mundo.

Não me sai da cabeça a ideia de que a minha voz vai tremer (porque eu sei que vai) e não me deixa esconder os nervos, que posso esquecer-me do texto. E as perguntas? E se eu me esquecer das coisas ou não souber responder. Aiiii!!!

Devia estar entusiasmada, eu sei, é a forma de divulgar o trabalho e é assim que as coisas funcionam em ciência, mas olhando para trás...

... eu sempre fui muito boa no backstage