29 de março de 2010

Rotina


Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão apodrecidos.
Eugénio de Andrade, As mãos e os frutos

2 comentários:

Malena disse...

Adoro Eugénio de Andrade! E, mais uma vez, tudo bate certo nas palavras dele! :-))

dani disse...

Como fazem sentido estas palavras...
É bom lê-las de vez em quando para despertar do transe que me assola de tempos a tempos. :)